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O lado B
Se tem uma coisa que faz cocegas na minha alma e me enche de sorrisos polidos é andar com gente bonita feito passarinhos voando em bando, gente capaz de curar minha asma e me fazer respirar, não tem nada mais confortante que saber pegar ônibus certo pra zona da amizade.
Eu tive que aprender a virar o disco e ouvir o lado B, o lado A já estava com alguns arranhões, vivia enganchando na mesma estrofe, e o melhor que aconteceu foi perceber que virar o disco é bom, e que as vezes é preciso deixar de lado os hits mais bombados pra conhecer o lado raro, culto e autêntico das pessoas verdadeiras. Sem precisar de muito esforço acabei enxergando como tem gente capaz de me bordar sorrisos, gente que me serve como doce pra recuperar a glicose, gente diferente que diz que vai ficar e não sai de fininho da hora H, é revigorante olhar pro lado e ter quem me empreste seus ouvidos, ou quem me sorri e me faz parecer em casa, acho que isso é amizade, conhecer pessoas que me fazem sentir sensações bobas que mentem minha idade, essa gente é um alivio nos momentos de aflição, são um tipo de injeção que me faz serenar, e que conseguem fazer vibrar meu coração e me aquecer por dentro como um êxtase cardiovascular, esse tipo de gente são os meus preferidos, são lindos e não falo de aparência, falo de ser, é essa gente que me faz sentir a verdade do que é querer bem e são os únicos que conseguem lustrar meu olhar e meu sorriso.
Rosely Lúcio
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Numa xícara de chá
Meu nome todo é Rosely Lúcio da Silva, sempre fui uma apaixonada e por coincidência nasci no dia dos namorados, numa madrugada de sexta-feira. Tenho pouca idade e um amor de mais de dois anos, sou boba, inteira e sempre transborda pelos meus poros toda doçura que meu coração guarda. Me interesso por fotografia, química, literatura, chocolate, sorrisos, e principalmente, me interesso pelo lado de dentro, pelo que as pessoas têm na alma. Gosto de ler esses escritores contemporâneos, muitos deles me inspiram, mas na realidade prefiro os mais velhos, os que só existem nos textos e nos livros, Cecilia Meireles, por exemplo, é minha preferencia, acima de qualquer outra. Adoro a musica popular brasileira, gosto dessa geração da nova MPB, mas a Bossa Nova me deixa inebriada. Gosto de tranquilidade, de verde, do som dos pássaros soltos, de jardins, de cartas perfumadas, das flores de abril, dos idosos contando a mesma história pela 37ª vez e das idosas preparando a comida e ensinando os mais novos a tricotar, gosto do sorriso nos olhos dos jovens apaixonados, dos que ainda estão no primeiro amor, gosto de como as crianças ficam contentes com qualquer objeto chacoalhado na sua frente, gosto de gente que fica, que se compromete e não vai embora, gente de palavra que cumpre o que diz a qualquer custo, gosto de calor na praia e frio quando tenho alguém pra me aconchegar, nem sempre consigo ser clara, me fazer entender, nem mesmo nos meus textos, na realidade, eu mesma não sou fácil de ser lida, mas com um pouco de prática dá pra tirar de letra, gosto de sorrir a beça e dizem que tenho voz de criança, sou convicta quando discuto com alguém, mas sou tão boba que é quase impossível eu ficar chateada por muito tempo, sou ora doce, ora salgada, já me definiram como agridoce e acho que não tem palavra que me defina melhor, sou sociável, apaixonada, sorridente, inquieta e fã de pão de queijo quentinho.
O lado B
Se tem uma coisa que faz cocegas na minha alma e me enche de sorrisos polidos é andar com gente bonita feito passarinhos voando em bando, gente capaz de curar minha asma e me fazer respirar, não tem nada mais confortante que saber pegar ônibus certo pra zona da amizade.
Eu tive que aprender a virar o disco e ouvir o lado B, o lado A já estava com alguns arranhões, vivia enganchando na mesma estrofe, e o melhor que aconteceu foi perceber que virar o disco é bom, e que as vezes é preciso deixar de lado os hits mais bombados pra conhecer o lado raro, culto e autêntico das pessoas verdadeiras. Sem precisar de muito esforço acabei enxergando como tem gente capaz de me bordar sorrisos, gente que me serve como doce pra recuperar a glicose, gente diferente que diz que vai ficar e não sai de fininho da hora H, é revigorante olhar pro lado e ter quem me empreste seus ouvidos, ou quem me sorri e me faz parecer em casa, acho que isso é amizade, conhecer pessoas que me fazem sentir sensações bobas que mentem minha idade, essa gente é um alivio nos momentos de aflição, são um tipo de injeção que me faz serenar, e que conseguem fazer vibrar meu coração e me aquecer por dentro como um êxtase cardiovascular, esse tipo de gente são os meus preferidos, são lindos e não falo de aparência, falo de ser, é essa gente que me faz sentir a verdade do que é querer bem e são os únicos que conseguem lustrar meu olhar e meu sorriso.
Rosely Lúcio
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